Museu


Escola Normal Catharinense 

O edifício foi construído para abrigar a Escola Normal Catharinense no final do século XIX (1892) e inaugurado em 1926. Neste momento estava sendo implantado um plano urbanístico para a cidade de Florianópolis que compreendia, além do edifício sede da Escola, a ponte Hercílio Luz (ligação com o continente) e o Palácio Cruz e Souza (palácio do governo), entre outros.
Em 1935, a Escola Normal Catharinense passa a ser o Colégio de Educação.

Foto panorâmica do centro de Florianópolis, década de 1930


 Colégio de Educação aos fundos e Academia do Comércio, foto de 1930.


Colégio de Educação

O Colégio de Educação foi na realidade uma continuação da Escola Normal Catharinense que teve origem em uma reforma no sistema de ensino. Em 1947 passa a se chamar Colégio Estadual Dias Velho. No começo da década de 1950 inicia-se a obra do atual prédio do Colégio, localizado na Avenida Mauro Ramos, e em 1963 o Colégio Estadual Dias Velho, denominação recebida em 1947, deixava o prédio da Rua Saldanha Marinho para transferir-se para as modernas e amplas instalações na Avenida, cujas obras duraram mais de 10 anos. Finalmente em 1969, o Colégio passou a chamar-se definitivamente Instituto Estadual de Educação.

Vista da década de 1940 

 

Colégio de Educação e Colégio Dias Velho, década de 1940


  

Vista da década de 1950  


Instituto Estadual de Educação

Assim, a origem do Instituto estadual de Educação remonta ao fato de que este foi criado pelo Tenente Manoel Joaquim Machado, através do Decreto nº155 de 10 de junho de 1892, com o nome de Escola Normal Catarinense sendo que seu primeiro endereço era junto ao Lyceu de Artes e Ofícios,  antigo Palácio do Governo hoje Museu Cruz e Souza. Sua mudança de local deveu-se ao seguinte fato: com a grande procura por vagas no Instituto de Educação Dias Velho, denominação recebida a partir de janeiro 1947 com o Decreto nº 3779, procurou-se um espaço mais amplo para um novo prédio, com 17.880m2 de área construída. Para tanto, foi escolhido o Campo do Manejo, assim denominado por ser um local utilizado para o manejo de armas por soldados do quartel que ali existia. Era também local ocupado frequentemente por ciganos e circos que passavam por Florianópolis.


Primeira Faculdade de Educação do Brasil e início da Universidade do Estado de Santa Catarina

Em 1964 passa a ser o endereço da Faculdade de Educação. Foi a primeira Faculdade de Educação do Brasil e mais tarde, dessa iniciativa nasceu a UDESC. A Faculdade de Educação funcionou nas dependências do prédio até 2007. A Faculdade de Educação foi criada em 1963, como parte integrante do projeto do Sistema Estadual de Ensino. Na época a Faculdade representava uma escola ímpar, o que acabou motivando a criação de faculdades semelhantes em outros estados. Pelo regulamento provisório aprovado, a nova Faculdade foi definida como órgão integrante do Instituto Estadual de Educação (na época ainda chamado de Instituto de Educação dias Velho) do qual ocuparia os espaços da antiga sede que seria desocupado até sua efetiva instalação.
Inicialmente era composta por dois órgãos: o Curso de Pedagogia e o Centro de Estudos e Pesquisas Educacionais – CEPE. Dessa forma em 1964 tem início as atividades, sendo sua aula inaugural proferida pelo Professor Elpídio Barbosa em março daquele ano.
Em 1965 era aprovado o decreto que definia a Fundação Educacional de Santa Catarina – FESC, a quem foi atribuído o poder necessário para constituir a Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina – UDESC, da qual a Faculdade de Educação ficaria definitivamente vinculada. Recém feitos os ajustes do novo contexto, em 1967 eram realizadas as solenidades de formatura da primeira turma, contando com 32 formandos.

Fotografia da década de 1980


Passados dez anos desde sua criação, a FAED decide ampliar e diversificar o número de cursos oferecidos, recebendo autorização para criar os cursos de Educação Artística, Estudos Sociais e Biblioteconomia. Poucos anos mais tarde o Curso de Educação Artística é desmembrado da Faculdade, ganhando autonomia para se constituir o Centro de Artes – CEART. Em 1988 o Curso de Estudos Sociais é convertido em Curso de História e Curso de Geografia. O Centro de Estudos e Pesquisas Educacionais – CEPE, cuja implantação antecede o Curso de Pedagogia, passou a se chamar Direção Assistente de Pesquisa e Extensão – DAPE. Desde sua transferência para o novo prédio no Campus Itacorubi em 2007, a FAED apresenta os mesmos cursos: Pedagogia, Biblioteconomia, História e Geografia.

Breve cronologia da FAED/UDESC

1963 – Criada a Faculdade de Educação. Provisoriamente definida como órgão integrante do Instituto Estadual de Educação, ocuparia sua antiga sede.
1964 – Início efetivo das aulas da Faculdade, no antigo prédio do Instituto recém desocupado.
1965 – Criação da Fundação Educacional de Santa Catarina – FESC a qual constitui a Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina - UDESC, à qual a Faculdade de Educação ficaria subordinada.
1967 – Colação de grau da primeira turma, com 32 formandos.
1973 – Criação dos cursos de Educação Artística, Estudos Sociais e Biblioteconomia.
1988 – O Curso de Licenciatura em Educação Artística foi transferido da FAED para o Centro de Artes.
1988 – O Curso de Estudos Sociais foi transformado nos Cursos de História e Geografia.
2007 – Ocupação novo prédio no Campus Itacorubi.

Fotografia de 1996


O Museu da Escola Catarinense, criado em 1992, foi instalado definitivamente no prédio a partir de 2007, com destinação própria do prédio para este fim. Nesta data, o antigo prédio, que abrigou inicialmente a Escola Normal Catharinense e após diversas mudanças, foi destinado para a instalação do Museu da Escola Catarinense - MESC. O edifício encontra-se em local privilegiado localizado no alto de uma colina e é marcado por estilo neoclássico, com colunas gregas ornamentais. A monumentalidade do prédio destinado ao Museu da Escola Catarinense é ainda mais ressaltada pelo porão alto, que a eleva ao nível da rua e justifica a escadaria de acesso localizada no centro da faixa principal. A parte frontal da edificação tem suas extremidades marcadas com módulos em ressalto, os quais se destacam do conjunto do prédio devido aos frontões e as platibandas mais elevadas, além das colunas duplas, com capitéis trabalhados.
A fachada da edificação apresenta ainda um embasamento bastante alto, demarcado por bossagens abertas em vergas retas, com sobrevergas trabalhadas e em arco abatido, um friso dividido em dois pavimentos, além de ornamentação em estuque. O espaço interno da edificação é belíssimo. Toda a circulação se dá em torno de um átrio aberto e iluminado por claraboia. Apresenta um desenho que foi muito utilizado em instituições de ensino e em mercados públicos. Toda a sua estrutura interna é de ferro, tanto as colunas, vigas, quanto o guarda-corpo da escada e circulação superior, este último todo trabalhado com desenhos de influência art déco.
A edificação tem um alto valor para a paisagem urbana, por se localizar no eixo visual da rua Saldanha Marinho (via existente desde 1819), além de sua importância para a cidade de Florianópolis, pois está inserida no coração de seu centro histórico, rodeada por várias construções que datam da colonização. Através do Decreto Municipal nº 521/89, de 21 de dezembro de 1989 vários prédios integrantes do conjunto histórico do centro da cidade foram classificados, de acordo com sua importância histórico/arquitetônica, em categorias e o Museu da Escola Catarinense está classificado como P1. Estes são os imóveis, que pelo seu valor excepcional ou monumentalidade, são totalmente preservados tanto o interior como o exterior, não podem ser demolidos nem modificados. 

O MESC tem como objetivo principal sua consolidação como espaço educativo não formal, responsável pela preservação do patrimônio cultural catarinense ligado à Educação. Seu objeto é especificamente a Educação Escolar, estabelecendo similaridade com outro museu desta natureza no Brasil, o Museu da Escola de Minas Gerais, primeiro no gênero no país, que guarda a memória da educação escolar do Estado, com ênfase no trabalho do professor e no seu fazer cotidiano. O Museu da Escola de Minas Gerais possui um acervo de aproximadamente 5 mil peças, constituído por mobiliários, objetos escolares, livros, cadernos, cartazes, cartilhas, mapoteca, manuais de ensino, fotografias, documentos textuais e arquivo de depoimentos orais.
O acervo hoje existente no MESC leva à esta direção, podendo se constituir como um Centro de Pesquisa sobre a história da educação escolar em Santa Catarina. O MESC integra oficialmente o Sistema Nacional de Museus, possui inscrição no Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e fez adesão ao Sistema Estadual de Museus ainda em 2007.
O MESC também pretende contemplar um centro cultural que possa abrigar exposições de artes plásticas e de outras naturezas, cursos, oficinas, workshops, apresentações cênicas e musicais, bem como eventos culturais de forma ampla. Atualmente o MESC tem sido espaço para cursos de capacitação da própria universidade e tem feito parcerias com instituições ligadas à arte e à museologia, bem como abrigado diversas mostras culturais.

Fotografia da fachada do ano de 2013


No ano de 2013, o Museu recebeu a Mostra Casa Nova, uma parceria de muito sucesso realizada entre o público e o privado. Udesc – Grupo RBS – Empresários e arquitetos se uniram para pensar uma recuperação do prédio visando seu uso sem descaracterizar ou agredir o patrimônio histórico tombado.

Desta feita, o prédio recebeu melhorias que caracterizam sua nova fachada e melhorias internas.
A fotografia acima mostra a nova feição externa do Museu em 2013. Finda a Mostra, o Museu passa a seguir seu plano museológico de 2014, para ocupar os espaços internos.

Ao longo dos anos, desde 2013 a 2020, o MESC recebeu diversas melhorias. 
O MESC integra oficialmente o Sistema Nacional de Museus, possui inscrição no Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e adesão ao Sistema Estadual de Museus. O Museu também contempla um centro cultural que abriga exposições de artes visuais e de outras naturezas, cursos, apresentações cênicas e musicais, bem como eventos culturais de forma ampla. Atualmente o MESC tem sido espaço para cursos de capacitação da própria universidade e tem feito parcerias com instituições ligadas à arte e museologia, bem como abrigado diversas mostras culturais. 
Característica de inovação e atualidade: O MESC é também um museu bem integrado aos novos tempos e preocupado com a acessibilidade.  Convém destacar que o museu conta com um ambiente virtual que apresenta informações completas sobre o local, mostra especificidades, objetivos e atividades do museu, onde o visitante virtual pode ter acesso a informações como eventos, histórico, descrição e imagem salas das exposições permanentes, acervo documental, fotográfico, descrição das salas destaques, projetos de educação escolar,  plano museológico, pesquisas e textos sobre educação escolar, documentos do Museu, entre outros, visando também facilitar a busca de informações pela própria equipe do museu. 
A partir de março de 2020, passou a contar com cinco totens interativos, que são terminais sensíveis ao toque (touch screen), para mostrar conteúdos sobre o local e as exposições em cartaz. É o primeiro museu público em SC a utilizar esse tipo de tecnologia, mas o MESC é também o primeiro do Brasil em se tratando de museu-escola. Outro recurso disponível é o MESC Áudio Guia, que fala da estrutura do museu e contando com versões em português, inglês e espanhol e apresenta também um completo tour virtual e um link “Business”. Conta também com a linguagem em Libras. 
Com essa iniciativa, o MESC se afirma como espaço de excelência em inovação, cultura, educação e arte no Centro Histórico da Capital, e a UDESC cumpre seu papel na geração de conhecimento. Recebe visitas guiadas, sob agendamento, e visitantes dos mais variados locais buscando despertar nestes a ressignificação da memória escolar para preservação de nossa cultura educacional.

 
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